5.8.09

do amor apenas

sem medo, amava, apenas.
dizia serem homens a sua especialidade
corria audaz na direcção do abismo, parava quando os seixos deslizavam já sob os seus pés
ria um riso de criança alto e obsceno na miragem da minha palidez.
impotente, antecipava a dor inevitável na carícia de beijos infinitos.
envolto na sua beleza, pouco mais do que ficar

perder-te-ei nesse profundo infinito
o teu corpo num bailado despido
acariciado pelos anjos que caem contigo
tu amparada nos braços de um eu outro
eu no desamparo do vazio d’alma

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