BREVE DRAMA EM TRÊS ACTOS
I
Viajo clandestinamente nos porões infectos
das palavras - fantasmas, vindas do interior do Tempo,
que arribam, nervos adentro, ao limiar do Ser,
para tentarem o assédio ao Espírito
( e às quais este se recusa a dar jazida
na doca da memória ).
II.
E, assim, na condição de errantes - eu e elas -
viajamos pelo Cosmos, com a data do óbito tatuada na face,
estimulando as nebulosas a segregarem os poemas
de que a Eternidade carece para a sua própria existência
e a Alma não dispensa para o equilíbrio instável
da sua arquitectura.
III
Caído em decúbito, o silêncio explica tudo;
e a Música sobrevive, no íntimo do cérebro,
à ruptura dos tímpanos da Alma
irreversivelmente feridos pelos timbales triunfais da Morte.
E, quando o pano cai, fico do lado de cá,
Excluído, humilhado e a mascar com raiva este abandono.
9.7.09
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