4.1.09

das colinas da vida

Foto: Alexandre Mateus

Seguramente, mais do que sete, as colinas da vida, pensava. O bafo quente do chá envolvia-a, sentada naquele quiosque sentado na segunda delas. Bastava olhar para as três ou quatro semanas que tinha acabado de enterrar para sabê-lo na pele.

Tenho de me afastar dos vales.

Devia permanecer nos topos. Como um equilibrista, como alguém que medita num paradisíaco alto do mundo. Inevitavelmente porém, o topo deverá parecer monótono ao fim de um tempo, divagava. A melancolia da dificuldade pesaria então brejeira. Yin-yang. Verão inverno.  Dia noite.

“a life less bound by the parameters of perfection”, so the Architect goes in speech.

Nos vales. Encontros, evocações, insatisfações. Foram tantos nestas últimas semanas. Assolava-a uma pergunta, permeava-a, inundava-a – há sempre utilidade nas relações? Ou qual a utilidade de algumas? Fiz uma arrumação, descobriu. Como se tivesse havido uma greve e o lixo se tivesse empilhado duma assentada à sua beira. Algum até lhe parecia reciclável mas, olhando para trás, sabe agora que tudo foi devolvido ao aterro. Depois do desespero da dúvida, a certeza serena.

Preciso de vales para me limpar.

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