1.2.09

da observação




Do desconhecido, restam traços fragmentos. O oxigênio entope as guelras. A curiosidade pelo desconhecido mantém-se. 

Este é o meu observatório. Incontáveis horas a tentar decifrar o que são os pássaros chilreantes. As árvores que se vestem, despem e mudam de cor, como quem muda de humor lentamente, sem sobressaltos. As rochas nuas, angulosas, rugosas, imponentes sempre sem se mover, à chuva, ao sol, na neve. As nuvens altas sobrevoando brancas, cinzentas, esfumadas, densas e cerradas, opacas ou leves, num abraço estrangulante ou num toque suave.

Esta é a minha vida de observador, sou peixe homem, respiro água, bebo oxigênio, e mantenho-me curioso pelo inóspito da terra firme.

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