16.2.09

nas pétalas de um navio afundado

Nas pétalas de um navio afundado caem raios de fuligem que saem dos teus cabelos perfumados. Como quem dorme nas estrelas quietas. São dores intensas que espalhas pelos dedos do amor. 

Escapam homens maduros que adormecem no calor da chuva quando perdes uma carícia líquida. Vivem em bancos de jardim no paraíso, imobilizados nos teus lábios de rosa, quando livros são folheados ao acaso.

Constroem-se edifícios ao alto atravessados por uma ferida de morte, quando planeias fugir nua e caminhas pelo pó arqueológico dos sonhos. 

Ao longe uma tempestade veste o seu melhor fato, para te conhecer de perto, arranhada por espinhos que cedo demais se tornaram veludo.

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