ACIDENTE ECOLÓGICO
O poeta urbano caiu abaixo dum carvalho
onde fazia de pássaro.
Por mera coincidência,
caiu também a noite
em cuja escuridão
( roçando o falo hirto pelo abstracto das formas )
fica o poeta, angustiado, esperando a madrugada,
a fim de a amar e de fazer-lhe um filho.
Quando ela chega, porém, ofegante de cio,
com a luminosa flor dos lábios entreaberta
e o sexo em súplica,
já o poeta dorme, exaurido e impotente,
e o sémen apodrece sob as tílias do parque.
Sem comentários:
Enviar um comentário