9.4.09

céu anil sobre terra ocre


a pele que cobre as papoilas
viçosas de vento
agora a duas cores
o ocre do teu cálice
o anil do teu cabelo
e falo contigo a duas vozes

a pele com que respiro
pedaços de presença

deserto de restolho outrora vida
dentro da carne
nas retinas do meu peito

céu anil sobre terra ocre

ao fim da tarde
o deserto é luminoso

como é estupendo
entrar na terra respirar o ar

alimentar-me a duas cores

2 comentários:

Francisco Arcos disse...

Caro Leonardo

Como calculava, a espera nunca é inútil:

São cada vez mais vibrantes os
versos e cada vez menos formais os poemas - isso o que sinto.

E, assim, vai acontecendo poesia.

Leonardo Rosado disse...

O Paulo no seu melhor :) . Parece que é desta que ele (re)volta em grande :D