Deus fechou-me a Alma
e engoliu a chave:
Sou agora a ave
que cai com a calma,
( como no soneto
de Sá de Miranda ).
Lá poetar, poeto;
mas quem pode e manda
deixa, porventura,
que eu próprio me abra,
usando a loucura
como pé de cabra ?
Se Deus não defeca,
nem bolça o que ingere,
nada há que eu espere
desta inútil seca.
Ele há-de, porém,
descobrir no fim
que a chave que tem
não me abre a mim.
25.3.09
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