11.3.09

do murmúrio

Há um murmúrio na solidão rochosa do homem quando um cigarro se acende cautelosamente.

Os dedos amarelados traem a imensidão rochosa desse peito. Esse peito aberto ao vento que inspira e transpira desconforto. Nos lábios gotejantes, diamantes disfarçam-se em nuvens de fumo e o beijo é substituído pela sofreguidão de um sorriso forçado.

Duvidas do amor por breves instantes e questionas a alienação por longos momentos.

Esse murmúrio rochoso que se instalou no homem de quem falo não se deve à solidão do amor, mas sim ao fumo do esquecimento. Deseja o esquecimento e evita a todo custo o amor toxicodepência. 

Por isso os lábios onde se formavam diamantes de ternura transformaram-se em duas pedras angulares inorgânicas. Sofregamente inalam e trituram monóxido.

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