Amparo nos braços a violência do corpo embriagado nas tempestades eléctricas e na fúria desconexa de uma libertação impossível. Sinto a impotência, a solidão opressora desse corpo que se desfaz perante o meu olhar atento.
Assisto enclausurado à transformação da carne, ao percurso volátil dos músculos liquefeitos nos membros retorcidos. A pele transmuta-se em pedra fustigada pelo vento e pelo mar. Os polos de repulsão eléctrica pulsam aleatoriamente pelo rosto.
Só eu pareço aperceber-me, a plateia finge-se demasiado ocupada a preparar a sua defesa, contra o ataque das condições desumanas, contra o assalto da realidade visível e invisível.
Ainda agora me percorre um calafrio, um choque eléctrico, sempre que acordado cerro as pálpebras. Sempre que adormecido sucumbo aos sonhos em que sinto o toque suave dos teus dedos.
25.3.09
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