4.12.08

dos opostos que se tocam parte II

Calmamente na casa do desejo, entras. Sentes-te ansioso, mas dissimulas a paixão por detrás de um ramo de flores. O desejo ela está sentada à janela, olhando o grande olho cósmico nocturno. Embaraçado balbucias palavras ininteligiveis durante o jantar, embaraçado tocas as suas mãos frias durante a sessão de cinema, embaraçado dizes que a amas durante a despedida.

Dás por ti surpreso, a despir-lhe a blusa, os dedos rugosos percorrem o ventre fazendo cócegas ligeiras, dilatando os segundos em minutos, dilatando as coxas contra as coxas. É meia-noite, os sinos repicam e o desejo ela fecha os olhos e deixa-te entrar. Seiva mistura-se com perfume com esperma com salvação.

Madrugada num paraíso urbano qualquer, encontras uma cama mas não consegues adormecer.

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