2.12.08

para E. aumentado à lupa de um certo olhar automático

Pilhado descaradamente de para E. publicado por Maria João Rodrigues

A serena levitação ecoa profunda como lágrimas contidas no talvez adeus. Uma visita que deixei por fazer.

Ainda
húmido devolvo ao ar nitroglicerina que implode no teu olhar. Cristalino imagino que chova dentro em breve, mas não, foi apenas o frio do meu descontentamento na tua chama por acender.

A chuva, o orvalho e o vapor reluzem, vaporizam-se singelas e misteriosas 
chamas azuis lambendo cuidadosamente o nosso abraço em (re)união. Uma fusão extemporânea no frenesim da celebração. Nesse tal sítio onde frenéticos esprememos o sonho numa única gota de suor. Lá, nesse tal sítio onde fingimos mostrar que não somos o que somos mas não nos conseguimos enganar. Rastejamos nesse sítio das almas em busca de um perfume desconhecido, embevecidos pela nossa imagem reflectida no fogo.

E somos nós, somos vocês, somos Eu, somos Tu e Ele e Ela. Nesse tal sítio trincamos os lábios e são de fogo as gotas cristalinas de cristal.

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