O Homem na condição de criador gerou o organismo perfeito para comportar a sua existência individual. O receptáculo acolhedor de tentáculos estendidos sobre a natureza
E o indomável frémito das ondas, o poderoso assobiar do vento e a delicadeza dos finos braços das árvores já não impera.
Chegou a hora da simplicidade cruel, do cimento geométrico, do caos estabelecido do tráfego e da sinfonia afónica da máquina com os seus nevoeiros fotoquímicos e relógios sincronizados ao milímetro.
Chegou a hora da Metrópole exibir orgulhosamente a supremacia, sobre o Homem e sobre a Natureza.
Indivíduos são agora uma amálgama de espaços aéreos, terrestres e aquáticos, organizados em células macroscópicas. O homem é apenas uma minúscula partícula, roda dentada. O pássaro é de metal e pesa toneladas. A árvore tem centenas de metros de altura, ergue-se orgulhosa, espelhada reflectindo luz quando o sol se apaga.
Chegou a hora do ajuste de contas.
A Natureza assim como o Homem estão agora moribundos esperando o golpe de misericórdia. Mas tal como a natureza na sua imperfeição gerou o Homem também a Metrópole cresceu ferida de morte. E este é o seu lamento. A sua dádiva.
------
Este é o lamento
A batalha pela sobrevivência
Num mundo dividido entre o Homem e a Natureza
Perdido pelos dois em detrimento de uma nova era
A minha a da metrópole
Sem comentários:
Enviar um comentário