9.11.08

hipercivilização

E de uma multidão anelante sobressaíram dois organismos livres que saboreavam um amor eterno, uma paixão desmedida, como bombardeamentos no médio oriente, meros fogachos na neblina da juventude, desajeitados sentimentos de agonia prenhe.

Apocalípticos, estes corpos ressacados na latência em que se deparavam. Encadeados pela luz auroreal procuravam incessantemente. Vagabundeavam pelos seios floridos cobertos de uma coroa de raios de sol, colhida na manhã primaveril, empunhando a alma ao desbarato, nos noticiários da vida a dois onde o torpor narcótico se intrometia como um flagelo a abater. 

Mas eram dias felizes, dias em que caminhavam por entre árvores no jardim das estrelas, de mãos dadas, semblantes risonhos e constantemente desnudos sob a passerelle de moda, como superstars anoréticos plenos de jovialidade vazia.

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