12.11.08

hipercivilização IV


Quando as areias do tempo fustigam a vida e a erosão dos sentimentos se nota em cada passo e em cada gargalhada, permanece heróico aquele que ladrão do tempo, preserva a mania de chegar antes do tempo. Aquele que maneja o amor ao segundo, deixando libertar o olhar exausto no infinito para saborear uma lágrima e provar o doce sabor da ausência.

Esse amor dos defeitos, dos despojos e da esperança

Neste encontro de forças desmedido, levo a minha vida num estado dual entre dois tempos diferentes, como o dia e a noite, como drogado e lúcido. E as águas que não se juntam permanecendo teimosamente separadas. E este esforço de esticar a corda para que não se aparte consome a centelha de alma que ainda percorre dentro de mim. 

E com o passar dos segundos um estado de inacção ganha forma, impele-me à morte, impele-me à sorte de vagabundear de olhos vazios por paisagens magníficas, sem que um tremor sequer me transfigure por dentro.

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