28.10.08

somos tu e eu filhos do deserto II




Enquanto mergulhas lenta nos meus olhos, a noite corre lesta em busca do mensageiro do sonho, que irrompe como um tornado nas tuas pestanas e com fúria redobrada provoca mares revoltos na tua íris que expande e contrai, que expande e contraí até ser um ponto minúsculo onde todos os acontecimentos, até o mais ínfimo se tornam gigantescos. 

Esse foi o dia em que decidimos abandonar a nossa causa e cada um sonhou viver a sua solidão. No dia em que as nuvens toldaram o nosso cérebro e passámos a calcorrear florestas alheias para não sentir saudades, embriagando os sentidos com o néctar do esquecimento. 

Nesse dia e para cada um dos nossos sentidos acharemos o que nos anestesia. 

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